Som da semana: Funke'n'stein - That's Funk!!

Friday, October 31, 2008

Funky Halloween!!...ou Pão por Deus.

Frankenstein versus Funkenstein
Enquanto a tradição decorre, os putos lá vão com os seus saquinhos à caça do comercial "Trick or treat", que em bom português é o nosso Pão por Deus. O Halloween passa a ser a tradição cá pelo "rectângulo" à beira mar plantado. A origem da nossa tradição já passou à história entre os mais novos e deu lugar a uma tradição importada com aspectos de diversas partes do globo. A expressão Halloween (noite assombrada) provém da Irlanda e diz respeito a celebrações celtas onde no dia 31 de Outubro para 1 de Novembro se celebrava uma espécie de sabat de sacerdotizas (bruxas) de cariz oculto e pagão. A expressão viajou até aos States e entretanto começou a ser adulterada com objectivos comerciais. Existe também o paralelismo com as celebrações católicas do 1 de Novembro (Dia de todos os Santos e de Finados). E lá vêm as almas penadas dar mais uma vez o mote para o clima paranormal da cena. Em Portugal o Pão por Deus devido ao Terramoto de 1 de Novembro de 1755 (coincidência ou não...), onde milhares de desalojados procuraram nas zonas limitrofes a Lisboa, ajuda alimentar e outra, onde o chavão seria, suponho, "Pão por amor de Deus", passando a expressão Pão por Deus para a ribalta dos pormenores histórico-sociais. E a tradição continuou até chegar à minha infância onde também bati todos os cantinhos lá do bairro, carregado com um saco de coisinhas boas, graças aos mais generosos crentes na tradição.
É caso para dizer: "A tradição já não é o que era". Obrigado capitalismo...

Mas continuarei a dizer : FELIZ PÃO POR DEUS!

Sunday, October 26, 2008

Histórias de Vidas em Sketches (I)

Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. No entanto as personagens e as situações são baseadas em factos reais, com ficção à mistura com uma pequena dose humorística. Os temas são simplesmente situações que entram numa encruzilhada de aspectos baseados na realidade social vigente. Estes são alguns Sketches que irei publicar onde pretendo partilhar algumas ideias de um projecto que está em "standby" e que, quem sabe um dia, venha a ter pernas para andar...
A branca

Enquanto pseudo escritor, tenho passado algum tempo atrás de um computador, convencido por alguns… supostos momentos de inspiração, em criar textos. Textos auto reflexivos, textos humorísticos, irónicos ou lacónicos, textos da treta parecendo por vezes careta ou com linguagem irreverente parecendo um tipo muito à frente. Bem mas aquilo que quero hoje contar, bem aquilo que vos venho dizer é…pode-se dizer que… bem, é qualquer coisa como… (...










...) … Ups! Não estava nada à espera disto. Deu-me uma branca. Só um momento, já volto.

"Uma multa de merda"



Era já lusco fusco quando Gracinda Beijinho saiu de casa. Estava frio, mas o calor humano e amor que transmitia ao seu cãozinho era maior. A solidão era triste nesta idade e um animal de estimação preenchia uma grande lacuna emocional.
Hora das necessidades! Saiu de casa. Levava o seu canito pela trela enquanto que o maroto, regava aqui e ali, muros e recantos do passeio.
Gracinda Beijinho era uma velhota solitária, viúva. Era simpática e querida por todos lá no bairro. Já se arrastava mas não prescindia da voltinha diária ao fim da tarde, quase como um ritual obrigatório. Afável e respeitadora, nunca deixara ao abandono um presente mal cheiroso do seu Fiel mais que tudo.
Mas, naquele dia, quando se preparava para fazer desaparecer a prova do crime, eis que esquecera do bem dito saquinho.
Sentia-se culpada. As faces ficaram coradas de vergonha pois podia comprometer o seu sentido de cidadania. Desta e única vez, era inevitável.
Tremendo como varas verdes, a doce velhota, foi-se arrastando pela energia do cachorro, mas sempre com a desconfiança de ser vista. O seu reumático impedia que se deslocasse mais depressa.
Aproximou-se da porta de casa e quando estava prestes a entrar, o seu corpo debilitado estremeceu. Com um arrepio na espinha, sentiu-se apanhada como um rato.
- Desculpe senhora! Mas ali atrás reparei que foi algo descuidada e infringiu a lei da higiene pública. Blá, blá, blá… por isso, no cumprimento do meu dever vou ter que autuá-la. – interveio a autoridade...
Pobre Gracinda! Sem capacidade de argumento, nada pôde fazer, frente a um G.N.R. intimidador e calmeirão, com cara de poucos amigos.
No dia seguinte dirigiu-se ao posto e procedeu ao pagamento sem qualquer reclamação. 60 Euros, qualquer coisa como, um terço da sua reforma.
Saiu com a cara simpática que a caracterizava, mas com um sentimento de injustiça.
Ao atravessar a rua foi obrigada a deter-se, pois diante de si passavam 2 soldados de Cavalaria, montados em imponentes corcéis. É sabido que em algumas localidades, a G.N.R. patrulha as ruas a cavalo.
Avança dirigindo o olhar para o outro lado da rua e… quando dá mais um passo, sente o seu pé enterrar-se em algo macio, pastoso e quente. Tinha pisado três quilos de merda compacta de cavalo. Um monte de merda!
Atravessada por um sentimento de fúria, não conseguiu conter-se e solta:
- Meeerdaaaaaaa!
Nem uma resposta à sua indignação imediata. Sem que notassem o seu grito de revolta, as duas máquinas de cagar urbanas e seus “condutores”, continuaram em passo altivo e cínico, ecoando os cascos pela estrada de alcatrão por entre carros e peões...

Moral da história: Os cães ladram e a caravana passa.


Friday, October 24, 2008

Reflexão de fim-de-semana

Se um dia quiser desaparecer por sentir um enorme vazio dentro de si, vá comer! Pode ser fome. Isto não deixa de ser verdade...cada um só acredita naquilo que quer, ou então, nem acredita naquilo que gostava de acreditar.

E também há Fernandos quem um dia disseram:

"O único sentido íntimo das coisas é elas não terem sentido íntimo nenhum."
Fernando Pessoa



"E esta heim!"
Fernando Peça

"Mai nada!"
Fernando Rocha

Friday, October 17, 2008

Contrariedades

Do que é bom...desconfia-se...
Do que é mau...desculpabiliza-se...
Do que é banal....torna-se diferente...
Do que é normal...disseca-se...
Do que é vulgar...exagera-se...
Do que é invulgar...desvaloriza-se...
Do que é possível...desacredita-se...
Do que é impossível...confia-se...
Do que é hipotético...refuta-se...
Do que é comum...discorda-se...
Do que é certo...ignora-se...
Do que é óbvio...afasta-se...
Do que é adquirido...contradiz-se...
Do que é honesto...abstrai-se...
Do que é básico...argumenta-se...
Do que é sentimento...
Há quem viva de contrariedades, que, com o passar do tempo se tornam na essência mais realista da sua existência. Se a vida fosse tão bela e linear, e comparada a um estilo musical seria sem sombra de dúvida o Funk. Mas depois há o canto gregoriano; o jazz abstracto; a balada melancólica ; o heavy metal agressivo e o grunge com distorções à mistura... que numa combinação errada lá vão produzindo uma certa ondulação, que pelo andar da banda, vai ecoando destoada da batuta do maestro...


Sunday, October 12, 2008

Anhar ou não Anhar - Eis a questão!

Quem nunca experimentou a sensação de "Anhar", provavelmente não conhece uma das ocupações mais relaxantes, quer para o corpo quer para o espírito. Os fins de semana são as alturas ideais para o "Anhanço" e este foi especialmente um deles para a Funky family. E não é que é mesmo bom poder ficar na cama até mais tarde, sem horários para cumprir, sem rotinas para seguir! E mal te levantas, comes qualquer coisa (se for bom, melhor) e passas o resto do dia com os presuntos esticados naquele móvel celestial que se chama Sofá. Lá fora a chuva cai e a sensação de conforto aumenta. É então que o ambiente caseiro atinge uma dimensão de prazer único. Entre torradas, chazinhos e bolo de iogurte, o comando vai trabalhando constantemente na procura do canal certo. O Zaping consegue assumir função de desporto nomeadamente no desenvolvimento das articulações do polegar, o que já é qualquer coisita se me chamarem lambão. Sem dar por ela, queimam-se horas à imagem de minutos...
A actividade de Anhar já era por mim sobejamente conhecida à bastante tempo mas passar o fim de semana sem fazer pívia, sem o mínimo trabalho sabendo que tenho cenas importantes para adiantar, apenas passando categoricamente o tempo sem fazer puto, é simplesmente confortante para o body & soul. Cá em casa já nos consideramos praticantes de Anhanço e cada vez com mais intensidade. Esta prática intimista, ganhou consistência nas nossas vidas por intermédio de uma ilustre amiga que representa para nós uma Expert, uma Guru ou mesmo uma Profeta do Anhanço, já com um vastíssimo currículo nesse campo. Graças a ela esta expressão voltou a ganhar um sentido específico cá pelas ordes. Se em tempos pensaríamos que era uma mera perca de tempo, hoje alterámos completamento esse conceito dada a sua importância.

Mas como em tudo na vida, há o bom e o mau. Um mau Anhanço não será tão prazenteiro como um Anhanço com qualidade: num ambiente confortável, acolhedor, sem ruídos enervantes, um televisor generoso com uma lista interminável de canais, um bom filme de vídeo, uma boa aparelhagem, um sofá fofo e generoso de preferência com chaise long, temperatura ideal e petiscos a condizer. A chuva é nestes casos um envolvimento por excelência nesta prática. Estas são apenas algumas propostas para um Anhanço burguês, mas haverá com certeza outras propostas bem interessantes. O diálogo; o paleio; o sofismo; a trela; a conversa; essas trivialidades são imediatamente relegadas para segundo plano, pois podem interferir no reset que vai acontecendo ao nível cerebral.

E é assim meus caros, um post nada de especial a condizer com um tema dedicado ao nada de especial...

Anhar - o m.q. empatar (tempo); baldar-se; esticá-la; chonar; sornar; hibernar...

Wednesday, October 8, 2008

Instinto comum em naturezas diferentes...

O cão, o gato e o rato. De eternos inimigos em cadeia passaram a conviver unanimemente sem perseguiçoes. Apesar de poder haver uma educação nesse sentido, o resultado é simplesmente um apogeu à diferença Se eles conseguem nós também...deveríamos. Aqui fica um pequeno filme para reflectir.
A vida é feita de pequenos nadas, mas só os iluminados conseguem encontrar a paz na coisas mais simples. É aquilo que os transforma em grandes. E enquanto vivemos em disputas diárias sob o comando dos nossos gladiadores internos - os egos, não há lugar para o respeito, a harmonia, a partilha, a solidarieade... o reconhecimento sem retorno. É pena que num mundo onde somos pu... nunca deixará de haver disputas.